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segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Gosta de uma festa temática? Curta um desfile de carnaval!

Fazia anos que eu não parava para assistir ao carnaval na TV - e assistir pessoalmente eu nunca fui, mas vou.

Ontem, domingo de carnaval, 14 de fevereiro de 2010, estando na casa de minha mãe e estando a TV ligada na plim plim, o carnaval veio até mim. Que bom! Pela primeira vez assisti aos desfiles das escolas de samba com uma perspectiva nova, com olhos de artesã.

Já houve tempos em que eu gostava de assistir pelo batuque em si e pelo quadro geral; há tempos me cansei do que pode parecer - e de fato ser - até entediante se você apenas fica lá na frente da TV vendo a sucessão de escolas sem se envolver com o enredo, sem analisar a idéia plástica; tipo mais por inércia do que por interesse real. Então pela inércia eu decidi a não mais assistir pois achava tudo repetido, mais do mesmo, simplesmente não tinha mais vontade deste tipo de programa na TV. Acho mesmo que é meio vegetativo ficar assistindo desfile pela TV ao invés de estar lá.


Porém em 2010 meu interesse foi outro. Gente, presta atenção. Para quem gosta de festinha temática do início ao fim, os desfiles das escolas de samba são o máximo. E para quem está interessada em tudo que se refere a artes plásticas, enxergando o que antes não via, uau, quanta diversão para o olhar e a mente!

Para começar a 1a. escola do domingo foi a União da Ilha do Governador e me deixou curiosa logo de cara porque trouxe um tema da literatura, Dom Quixote de La Mancha.

Assisti a poucas partes pois eu estava brincando com meu filhote que não quer saber destes programas de adulto, certíssimo ele e exigente não deixa a gente esquecer que ele está ali, pronto para a vida e todas as brincadeiras que merece. Porém o pouco que assisti me bastou. Filosofia e arte, na minha opinião. Tudo a ver com o post que eu tinha escrito ontem sobre o sonho do mundo das artes, sobre seguir - ou não - os seus sonhos.

Na opinião da carnavalesca Rosa Magalhães você deve seguir os seus sonhos, assim como D Quixote o fez.
Na hora eu comentei com meu brother, que assistia junto comigo: tá, mas D Quixote morreu doido. Era um maluco, o coitado. Lutando contra moinhos de vento.

Mas ainda com esta dose de triste realidade fica valendo a idéia de perseguir os seus sonhos sim. E o apresentador da plim plim comentou - não sei se ele se referia a alguma idéia verbalizada pela carnavalesca Rosa - que a realidade é uma ficção inventada pela falta de utopia. Que coisa Matrix, nao?

Conforme disse uma das comentaristas, este desfile da União da Ilha foi de uma delicadeza ... Concordo.
Com direito a reprodução do quadro D Quixote de Picasso em um dos carros alegóricos. Arte pura!


Outro desfile ao qual tive o prazer de assistir foi o da Unidos da Tijuca. Foi mesmo de uma plasticidade incrível. Carros alegóricos com efeitos visuais e técnicos mirabolantes, cores incríveis, muito teatro. Foi lindo o visual.

Um carro que gostei muito foi o carro "Em Busca do Tempo Perdido", trazia um enorme pergaminho com inscrições maias. Dentro do carro, arqueólogos simbolizavam a tentativa de desvendar os segredos da civilização.. Tinha um efeito que mostrava de um lado arqueólogos e do outro as incrições simbológicas. Infelizmente só consegui uma foto do lado dos arqueólogos, porém o que me encantou foram os desenhos dos símbolos.


Sobre o romance D Quixote de La Mancha
Resenha retirada do site O Globo

A obra de Miguel de Cervantes foi publicada em dois volumes, em 1605 e 1615, e é uma paródia sobre os romances de cavalaria espanhóis muito disseminados à época. No livro, um pobre fidalgo perde a razão nas leituras desses romances e decide encarar o mundo imitando seus heróis de cavalaria.



Dom Quixote, nome que elege para si, nomeia seu velho cavalo de Rocinante e elege como sua bela donzela Dulcinea del Toboso – uma simples camponesa, a quem via como dama nobre. Sancho Pança é seu aliado nas diversas aventuras que começa a enxergar pelo mundo.

Enfim, festejar é bom e a pitadinha que vi dos desfiles deste ano foi uma festa para os olhos e rendeu este post. Rs!

domingo, fevereiro 14, 2010

Cubo de patchwork

Como fazer um cubo de patchwork


Eu tenho sonhado em fazer uns brinquedos de tecido. Fico matutanto em como fazer umas bolas de tecido, animais diferentes de tecido e pelúcia, ursinhos, palhacinhos. Quisera ter tempo e mãos hábeis para produzir tudo isto.

Tudo começou porque tenho meu bebê e gostaria de sempre surpreendê-lo e agradá-lo com brinquedinhos personalizados e também porque como já falei em outro post, gostaria de produzir os presentes que quero dar para os filhos de amigos, amigos adultos, minha mãe, minha sogra, minha irmã e sobrinhas, minhas cunhadas.

Falando em presentear filhos de amigos, há uns bebezinhos que nasceram e eu sei que é mais difícil achar umas coisas macias e diferentes, que fujam do comum, por isto comecei a pensar em bolas de tecido com diferentes texturas. Em breve executo e coloco as fotos aqui.

Daí que meu filho adora um programa do playhouse disney, os doodlebops, e como só passa no final de semana em horário "assistível", e muitas vezes ele fica no nosso pé pedindo dooblebops e a gente tem que entrar no site oficial e mostrar uns videozinhos lá do site. Por isto pensei em fazer uma camiseta com um transfer dos doodlebops. Mas camiseta ... puxa ele já tem tantas. E pensa daqui e dali resolvi pelo cubo, porque as imagens são grandes e numa bola redonda ia dar mais trabalho (foi o que pensei).

Então saí pesquisando na net atrás de tutorial sobre como fazer um cubo de patchwork. Nao achei um. Nem em ingles nem em portugues. O mais proximo que achei foi o blog http://www.mairiru.blogspot.com/ onde ela ensina a fazer uma bolsa de cordões em formato de cubo. Dei uma lida rápida, me inspirou pelo fato de mostrar que fazer cubo poderia nao ser tao complicado assim, tomei coragem.

Primeiro é importante eu escrever aqui que apanhei pra caramba do transfer, pois fui seguir as instruções do fabricante do papel, que orienta usar o ferro na temperatura máxima, mas foi furada. Queima o tecido, não vi necessidade, creio que a imagem é transferida mesmo sem usar a temperatura maxima. Na minha opiniao tem que usar a temperatura adequada para o tipo de tecido, se é algodao, como o que usei, usa-se a temperatura do ferro para algodao. Fica para o proximo.

Como queimei o tecido branco para o qual transferi as imagens nao dava para usa-lo para o trabalho final, como eu pretendera - então tive que recortar a figura do tecido original, e colá-las nos tecidos que formariam os diferentes lados do cubo com papel termocolante e daí pespontar toda a volta das figuras para elas não soltarem. Mais um pouco da trabalheira por causa do transfer. Se bem que para fazer um trabalho com tecido bem colorido será necessario fazer isto - recortar as figuras do tecido original para o qual elas foram transferidas - porque o papel transfer só funciona com tecidos de algodão de cor clara.

Pelo tamanho das minhas figuras escolhi o tamanho dos quadrados, 15 cm. E ficou mais facil de cortar porque tenho uma regua de patchwork de 15cm entao foi só empilhar todas as cores de tecido que queria e cortar os 6 quadrados de uma vez, usando a propria regua como a medida final.

Costurar os 4 primeiros quadrados foi beleza, fiz com o pé nas costas; mas gente, há que se ter um tanto de fé para costurar os quadrados que vão fechar o cubo "embaixo" e "em cima". Coloquei entre aspas porque cubo nao tem embaixo nem em cima. Por que é preciso fé. Porque é intrincado, chatinho mesmo.

Virei o cubo para o lado direito, enchi com plumante, coloquei um sininho no meio do plumante, e fechei à mão, com ponto invisível (ainda a ser aprimorado) a buraco usado para o enchimento. Esta última é outra parte chatinha.

Apanhei mas fiz tudo em 2 dias - lembrar do aprendizado em relação ao transfer, e as várias interrupções, ok. Creio que um pessoa prática executa em 3 horas, contando o tempo de imprimir e passar o transfer para o tecido e uma vez que já tenha o projeto todo na cabeça, é claro.

Bom, o bebê curtiu, já está a jogar o cubo pra lá e pra cá. Gostou e fica chamando a gente para jogar o cubo. Vejam as fotos.
Moe doodle
Deede and Rooney doodle
Moe de novo

Este  cubo dá tantas possibilidades. Vai do tema e da criatividade.

Ser artesã, aprendizado, o mundo de artes e artesanato

Faz tempo que este assunto está pipocando na minha cabeça então hoje vou dar vazão. Quero falar um pouquinho do que tem sido esta convivência e aprendizado com idéias, imagens, e pessoas deste microcosmos de artesanato.

Pessoas:
Seja virtual, telefone, ou tete-a-tete, tenho conhecido e engatado boas conversas com algumas pessoas ligadas a artes, decoração, artesanato. Nestas ultimas 2 semanas - por causa de um projeto de uma coleção que estou desejando lançar no mercado - eu conheci pessoalmente três artesãs com as quais troquei boas idéias, misturando nas conversas o gosto pelo fazer, idéias de negócios, assuntos de família. Daí, lembrando também das colegas virtuais com as quais venho paulatinamente formando amizade, cada uma ao seu modo me faz concluir o seguinte: há um espírito de colaboração neste microcosmo do artesanato que, eu sinto, se sobrepõe ao espírito da competição e do plágio, no geral estas - mulheres em sua maioria - da grande liga do "eu amo fazer estas coisas manuais" celebram e encorajam os esforços e conquistas umas das outras.

Um viva à troca de idéias, ao compartilhamento, ao conteúdo grátis que muitas disponibilizam. Sucesso a todas que pensam em artesanato 24 horas por dia! Desejo que este movimento tenha sempre um saldo positivo para os indívíduos e para a comunidade em geral. Com ética é possível.

Meu aprendizado:
Fazendo uma busca para uma festa náutica, quando eu estava elaborando umas dicas para a mamãe de Fortaleza citada em outro post eu estava com a cabeça fervilhando, queimando as pestanas mesmo, e fiquei surpresa e feliz por perceber que muitas coisas que eu pensei são semelhantes a festas já produzidas por outros, sem que eu necessariamente tivesse tido contato com o trabalho destas outras pessoas antes. É natural, significa que minhas leituras, buscas, contato com materiais, observação, etc. já me deram uma bagagem cultural nestes assuntos. Fiquei feliz

Sobre processo criativo:
Coloco aqui o trecho de uma entrevista da artesã Tessa da HattieRex ao Etsy.

What first made you want to become an artist?
I think most people are born with some degree of creativity; you can nurture it and let it change you or you can starve it and let it die. As a child my parents encouraged art and imagination, and throughout my life creativity has taken different forms. I don’t think I ever officially decided to be an artist, or if I even consider myself more than a person who does artistic things. To me, being called an artist is a huge compliment.

O que fez você querer se tornar uma artista?
Eu acho que a maioria das pessoas nasce com algum grau de criatividade; você pode alimentar isto e deixar que isto mude você ou você pode deixar isto morrer. Quando criança meus pais encorajavam arte e imaginação e por toda a minha vida minha criatividade teve várias formas. Eu não acho que eu tenha um dia oficialmente decidido ser uma artista, ou se eu me considero algo além de uma pessoa que faz coisas artisticas. Para mim, ser chamada de artista é um enorme elogio.
...
Gostei destas falas porque vem ao encontro de como eu gostaria que fosse o contato e a relação do meu filho com as artes, de como eu penso a educação do meu filho de uma forma menos bitolante e mais associada ao aprender descobrindo que a grandeza do conhecimento humano está na matemática, na filosofia, nas manifestações artísticas, na beleza do esporte. É ó-bvio que desejo o melhor para meu filho tanto material como espiritualmente por isto mesmo é que quero que ele seja capaz de ver o quadro geral e usar todos os seus recursos intelectuais e físicos para sobreviver bem.

Fica aqui uma foto minha e do baby boy - sempre um entusiasta de todas as tentações que o material e as ferramentas de artesanato da mamãe representam.

Esta é de 14/09/2008
Eu estava fazendo um quadro com fotos das filhas de um amigo
 E o bebê querendo fazer scrap junto!
Esta é dos preparativos para o aniversário de 2 anos.
Ele ficava descrevendo as telas enquanto elas secavam.
Todas estas telinhas foram o centro de mesa da festinha de 2 anos, do Thomas and Friends
 
Artes e artesanato é um sonho numa sociedade extremamente voltada ao material porque você tem que viver, você também tem que ser capitalista, você yem que vender sua arte, mas muitas coisas não são vendáveis - e que assim continuem - e a maioria das pessoas simplesmente não veem e não valorizam os trabalhos manuais. Compra-se tudo pronto, muitas vezes quinquilharias feitas na China, produtos piratas, feiuras, mas não se compra artesanato. O que me lembra do livro "O feijão e o sonho".